quinta-feira, 14 de novembro de 2019

O tamanho do sonho

Essa noite eu tive um sonho
Que uns zóio gordo chamam de utopia
Tão utopia quanto chegar a lua foi um dia
Esse sonho era tão grande que não cabia em uma palavra
Nem em uma frase
Talvez em um poema
O sonho não cabia em caixa nenhuma
Nem caixote
Nem caixão
Nem caixa de sapato
Nem urna de cremação
Em urna de voto também não cabia
Não cabe na tara quase sexual
Que eles tem por democracia
Antes de mim
Outros tiveram esse sonho
Depois de mim
Outros ainda sonharão
Não é sonho idealista
Não e coisa de lunático
Muito menos de universidades
É concreto e material
De mil possibilidades
Nossos sonhos não tem freios
É como uma carreta desenfreada
Mas que não vai ladeira abaixo
Vai subida acima
Carregada, lotada
Ninguém para
Infelizmente nosso sonho será pesadelos para uns
Desde os que nasceram em berço de ouro
Até o ilustre operário de Garanhuns
Só que não sou eu quem dirijo a carreta
Mesmo o sonho sendo meu
e isso está longe de ser um impasse
Imparável rumo ao céu
Quem está na direção é minha classe
Esse sonho se transforma
E não sonho mais dormindo
Na carreta que ganha altura
Não é rebite que me mantém despertado
No cotidiano de labuta
É o sonho que me mantém acordado

Nenhum comentário:

Postar um comentário