sexta-feira, 1 de maio de 2020

Analise de conjuntura - 1 de maio, 2020

Tem um jabuti na árvore. Ele está lá, no aconchego do galho. Acontece que jabuti não sobe em árvores. Alguém o colocou lá em cima. Bolsonaro é o jabuti na árvore.
Alguém colocou Bolsonaro na presidência, mas quem? Não foi o tiozinho reaça do boteco e nem a Dona Neide, vizinha da minha vó que curte o boçal.
Quem o colocou na presidência foi a burguesia organizada. A mesma burguesia que o aplaudiu na Fiesp e vaiou Ciro Gomes na pré campanha, quando ele foi lá abanar o rabinho para o empresariado. Quem botou o jabuti na árvore foram os grandes empresários.
Vale lembrar que esses empresários não foram enganados, não estava desavisados. Sabiam muito bem que apoiavam um machista, racista e homofóbico que elogiava torturadores e saudava a ditadura.
Tal como Bolsonaro, Rodrigo Maia e FHC são representantes dessa burguesia organizada. Ambos são protagonistas nos ataques à classe trabalhadora. Pra citar apenas uma, ambos promoveram reformas de previdência. Acontece que esses dois inimigos de nossa classe participarão da manifestação do primeiro de maio, dia do trabalhador. A CUT e centrais ligadas ao PSOL e PC do B também estarão lá, querendo intensificar a relação com representantes da burguesia. Ou seja, organizações de esquerda querendo a amizade de pessoas que colocaram Bolsonaro no poder.
Nada novo sob o sol da democracia burguesa, com as organizações dos trabalhadores buscando o apoio dos empresários.
A penúltima vez que isso aconteceu houve um golpe, lá em 64, quando o PCB achava que a burguesia nacional era sua aliada. Na última vez o desfecho foi o impeachment de Dilma. Mas a esquerdalha brasileira quer tentar mais uma vez. Deve ser bem triste querer ser amigo de alguém que não quer sua amizade.
Errar é humano, persistir no erro é atestado de pelegagem.
*Apenas duas centrais foram contra a participação dos representantes da burguesia, a Intersindical vermelha e a Conlutas.

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