quinta-feira, 11 de junho de 2020

Entre o racismo e o movimento negro liberal

A primeira classe trabalhadora desse país foi de trabalhadores escravizados. Essas pessoas não vieram porque quiseram, vieram sequestrados da África para serem explorados pelos colonizadores brancos.
Isso significa que grande parte da classe trabalhadora é composta por pretos por herança da escravidão. Esse é o racismo estrutural, é o racismo servindo para aumentar a extração de mais valia e aumentar o lucro dos patrões.
A luta antirracista não é secundária, não é menor do que a luta de classes. Ela é intrínseca! Desconsiderar isso como parte da esquerda faz, além de ser burrice é racismo.
Por outro lado, colocar o debate racial acima da perspectiva de classe, taxando o movimento dos trabalhadores de "eurocêntrico", abre caminhos perigosos para a luta dos trabalhadores pretos. Mais os ilude do que os emancipa.
Não é possível ver com bons olhos grupos que exaltem o representante do imperialismo lacrador, Barack Obama. Embora a representatividade seja importante, não é possível em nome dela passar pano pra quem fuzila crianças em busca de petróleo. Além do mais se tratando de crianças negras, uma vez que os EUA sob comando de Obama bombardearam dois países africanos, a Líbia e a Somália - entre muitos outros.
Se em nossa classe há mulheres, nós seremos contra o machismo! Se em nossa classe há pretos, nós seremos contra o racismo!
Mas de maneira alguma iremos nos aliar com a latifundiária Kátia Abreu ou ao presidente da Fundação Palmares que apesar de ser preto destila ódio contra o próprio movimento.
Um movimento negro que reivindica o empreendedorismo, que busca o direito de explorar os próprios pretos, esse é contrário a libertação dos trabalhadores.
Se o patrão é homem ou mulher, se esse é negro ou branco, não nos interessa.
Nem racismo, nem exploração! Paz entre nós, guerra ao patrão!

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