terça-feira, 20 de setembro de 2016

Rebaixamento e fim da Portuguesa


O que vos fala frequenta o Canindé desde o momento que não sabia falar "Portuguesa". O que tomei de chuva nesse estádio, acompanhando aos jogos da Portuguesa, é muito maior do que tempo em que fiquei fazendo lições da escola, durante infância e adolescência.

Nesse estádio ouvi histórias de jogadores comoDenner, Enéas, Roberto Dinamite, e sobre tratores enterrados. Lá também pude ver Rodrigo Fabri, Leandro Amaral, Gléguer, Dida, Alex Alves, Capitão, Ricardo Oliveira e vários outros caras bãos jogando pelo meu time, bem como vi Romário, Edmundo, França e Cookie nos destroçarem.

Nesse estádio eu já perdi minha voz, já tomei babada do Sardinha e da rainha da Leões da Fabulosa e já fiquei com medo da cair no fosso, enquanto todo mundo pulava que nem maluco comemorando. Lá comi ums dos melhores bolinhos de bacalhau da minha vida, e caldo verde também!

No Canindé não tem cadeirinhas confortáveis pra bundinha almofadada não. O negócio é cimentão, nada gourmet. É pra quem gosta de futebol e não de selfie.

Só que venderam o meu time. E pra pagarem a dívida do meu time, venderão o meu estádio. Meu estádio será vendido porque não é arena e porque a área dele poderá render e muito aos especuladores imobiliários. Venderam meu time porque ele não é um dos "grandes" que proporcionam milhões e milhões para as multinacionais. Meu time começou a ser vendido a muitos anos atrás, e foi enterrado de vez pelo STJD. Não sabemos quem enterrou e comprou de vez, se foi Fluminense ou Flamengo, mas sabemos que a Portuguesada véia, chupim, sangue-sunga, foi quem vendeu.

Não me lembro de ter chorado tanto na minha vida como chorei na derrota para o Cruzeiro, na semifinal do brasileiro de 98, nem quando tomei um pé na bunda da garota que fui apaixonado. E apesar de já sentir nostalgia do alambrado do escanteio, lugar que eu assistia a todos os jogos com pai, irmãos e primo, não sinto desespero, como em 98. Sinto é apenas uma sensação de lamento, de ter perdido algum ente querido.

O futebol, tratado como mercadoria, como tudo no capitalismo, me tirou todo o tesão do futebol espetáculo. Tudo se compra, tudo se vende. Aproveitemos a várzea enquanto ela existe...

domingo, 11 de setembro de 2016

Meu nome não é Pelego!

Perder os finais de semana para estudar com os companheiros
acordar de madrugada para panfletar nas portas de fábricas
dormir tarde pensando em conspirações
o capital é grande, e forte
mas nós comunistas, não desistimos
Já teve golpe militar
já teve queda do muro
teve fim a primeira experiência socialista
e tivemos o partidos dos trabalhadores se virando contra os trabalhadores
mas mesmo os capitalistas sendo grandes, não nos resignamos
Tivemos companheiros mortos
tivemos e ainda temos companheiros que acreditam na ilusão da social-democracia
e diversos que acham que a luta não vale a pena
eles são grandes, mas ainda sim persistimos
Os capitalistas possuem os meios de produção
possuem o Estado, a democracia e a mídia
possuem até os que se dizem "Comunista do Brasil"
e são tão comunistas quanto moinhos de vento são gigantes
Eles são grandes, mas nós não arredamos pé
"Comunistas? Que anacrônicos" dizem alguns
mas não chamam de anacrônicos a sala superlotada
a cabeça do operário, pela viga amassada
a terceirizada semiescravizada
eles, os capitalistas, existem a tempos, e nós também
Mesmo que eu suma, outros virão
bem como houveram outros antes de mim
e a luta, até que sejamos vitoriosos, não cessará
eles são grandes, mais nóis é ruim!