segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

PT e "Os Travessos"

Gente, vocês sabiam que o grupo de de pagode, os Travessos, tem uma música inspirada na relação do PT com o capitalismo? Pois é, eu achei que era zoeira também, mas é claríssimo. Vamos lá!
"Não sei o que é que falta pra esse amor dar certo
Será que eu errei em te agradar demais?
Eu acho que você não gosta muito disso
Alguém que só te ama não te satisfaz"
Esse trecho é sobre a insatisfação das frações burguesas ao PT. Depois de promover tantos ataques aos trabalhadores, tentando assim demonstrar afeto aos poderosos, o partido começa a sofrer retaliações, que mais tarde resultarão no impítima da Dilma.
"Amar como eu te amo até que eu não queria
Mas o que eu vou fazer se não tem solução?
Brincar com quem te gosta assim é covardia
Faz bem só pro seu ego e mal pro coração
Laia laia laia, laia laia laia"
Aqui a música se refere ao passado de lutas do PT. O partido que surgiu da luta da classe trabalhadora mas se tornou o seu contrário, amortecendo o conflito entre as classes. Pelegar eles até que não queriam, mas o que vão fazer se não tem solução? Nos últimos versos retomam o tema do impítima, sendo a burguesia extremamente ingrata à quem tanto lhes serviu.
"Parece que às vezes vivo de mentiras
Atrás de ilusões que não tem nada a ver
Mas sei que sou teu chão, o teu porto seguro
Eu vejo tudo isso e você não vê"
Vemos aqui a reflexão entorno do passado. O PT fazendo um balanço com sua antiga pretensão classista e socialista dos anos 80 que vai se perdendo no decorrer dos anos, se torna nítida na década de 90 e se realiza com a chegada a presidência, tendo como vice de Lula um burguês do ramo têxtil. Além disso, se revelam o "porto seguro" dos capitalistas, revelando que tem total consciência do papel de apaziguador no conflito entre as classes. No último verso retomam a decepção com o chamado "golpe".
"Eu não ligo pro que os outros falam
Me arrependo só do que não fiz
Nesses casos de amor o coração é quem diz"
Esse trecho possui uma crítica explícita às organizações classistas da esquerda, dizendo não se importarem com o que dizem. O PT se arrepende apenas de não ter desferido mais ataques à classe trabalhadora, com maior intensidade, o que faria com que a burguesia não tivesse os tirado da presidência. "O coração é quem diz" se refere à concepção Bernstainiana e social-democrata que predomina os setores dominantes do partido desde sua fundação em 1980; reivindicando aqui sua essência.
"Eu aceito todas suas crises
E finjo que acredito no que você diz
Pois quando a gente ama eu sou feliz, feliz
Quando a gente ama eu sou"
Por fim o PT se declara abertamente, dizendo aceitar todas as crises cíclicas do capital, que não se importa com isso e que o amor entre eles é o que há de maior!

quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

Capitalismo e ativismo

Se formos a fundo na chamada "modernização do futebol", analisando os estádios se tornando arenas, a expulsão dos pobres do espetáculo ao vivo, veremos o processo de monopolização dos times-empresas, que tem total relação com o momento atual do capitalismo.

A luta de muitas pessoas, pelo direito a terra, esbarra em um muro chamado latifúndio, o atual "agronegócio", que tem como pressuposto básico a propriedade privada da terra. De muitas terras. É a luta dos sem terra contra o capitalismo.

Na grandes cidades é comum ter casa sem gente tanto quanto existe gente sem casa. Acontece que muitas casas ficam vazias pois estão esperando serem valorizadas, sendo especuladas, servindo à chamada "especulação imobiliária". É claro que essa "especulação imobiliária" não é um deus, não é um poder divino, são pessoas que deixam casas vazias para poder ganhar mais dinheiro com elas futuramente. De novo, a propriedade privada, o capitalismo, faz com que pessoas morem em barracos, encostas e vários lugares de risco para que uns poucos lucrem com casas vazias.

Nas escolas, as condições de trabalho e estudo que trabalhadores da escola e alunos possuem são precárias. Salas super-lotadas, falta de estrutura física e baixos salários são apenas alguns dos problemas. Isso porque as escolas públicas, onde estudam os filhos da classe trabalhadora, são privados do conhecimento sistematicamente produzido pela humanidade. As escolas são um depósito de gente sendo domesticada para o trabalho, que não aprende nem um terço do que deveria. A precarização das escolas tem papel importante para seus alunos virarem engrenagem na sociedade capitalista, onde muitos produzem pra dar lucro para poucos.

Se formos analisar o movimento pelo parto humanizado, movimento contra a cobrança do transporte público, movimentos identitários e vários outros, veremos que estão intimamente ligados à lógica do capital. Assim, é necessários rompermos com o "ativismo", precisamos nos ver como uma estrela do mar, que possui várias pontas, mas que possui um centro que une à todas, esse centro de união é a luta contra o capitalismo.

Ou forjamos uma organização que possua esse "mínimo denominador comum", ou continuaremos cada um no seu quadrado, remando em direções contrárias.