quinta-feira, 21 de setembro de 2017

Atlético Paranaense x Fluminense

Desde que me decepcionei com a Portuguesa, com toda a compra e venda da vaga no brasileirão de 2013, envolvendo Fluminense e Flamengo, optei por não mais assistir jogos do meu time. Assistir jogos de outros times me poupava estresse, cabelos brancos, e me proporcionava apenas o prazer com o esporte, seja lá quem fosse o vencedor da partida.
Estou de visita em Curitiba por alguns dias e quis assistir algum jogo por aqui. Na dúvida entre Paraná, Coritiba e Atlético Paranaense, o estádio que fica mais perto da casa de minha tia é a Arena da Baixada, estádio do Atlético.
Quando fui ver os preços na sexta feira vi que estavam 100 reais, meia 50. Suuuuper acessível, não é mesmo? Mas como seria uma única vez, pra ver um estádio de copa e assistir o Lucho González, valeria o gasto. Ingresso comprado.
Chegou domingão e fui pro estádio. Na frente vi um aglomerado de pessoas em uma ladeira. Chegando perto vi que estava tendo um campeonato de skate. Super bacana! Fico uns 5 minutos, mas hoje meu foco é futebol. Quero ver é carrinho de 3 metros, não skate.
Estava meio receoso em achar meu lugar reservado no ingresso, pois na frescura do padrão fifa, será que algum boçal ia me tirar se eu sentasse em qualquer cadeira? Quando me deparo com a grandiosidade do estádio fico com uma sensação de admiração indescritível e a preocupação com a cadeira vai embora. Me sento em qualquer lugar. Aquela porreta de gramado tem um verde impecável e sem uma falha. Eu queria jogar ali!
Diferentemente do que havia pensado, a parte superior do estádio, o lugar mais longe do campo, não ficava longe do gramado e dava pra ver com precisão os lances. Diferente da distância no Morumbi e de alguns lugares do Pacaembu, onde quase tem fuso-horário.
Quando cheguei, a cobertura do estádio estava se fechando. Estádio de futebol onde não tem céu é meio esquisito. Bem diferente do empate de 1x1 da Lusa contra o Gama onde sai do Canindé ensopado da chuva. Com certeza eu sairia dali bem seco.
Ao anunciarem as escalações vejo que haviam 3 ex-jogadores da Portuguesa ali. Henrique do Fluminense, Weveverton e Fabricio do Atlético. Bola vai, bola vem, e o jogo acaba 3x1 de virada pro Atlético.
Consegui assistir ao Lucho González, personagem de meus times no CM em 2003 e 2004 (onde eu era técnico do River Plate), vi um garotinho de não mais de 3 anos se entusiasmar com o furdúncio da torcida de 13 mil pessoas que se multiplicava por 3 com a acústica, e vi um estádio sensacional. O superfaturamento nos proporciona algumas migalhas
Eu estava ali sozinho, tendo uma experiência que com certeza eu não esqueço tão cedo. Eu gosto de minha autonomia, zelo bastante por ela e não gosto de ser dependente dos outros pra fazer as coisas, mas quase no final do jogo pensei que seria bem bacana se meu pai e meu irmão estivessem ali comigo, como sempre estivemos no escanteio no Canindé.
Estranhamente fui embora da Arena da Baixada sussurrando versos que não faziam muito sentido no momento. "Vitória é a certeza da sua força e tradição...". Era o hino da Portuguesa.
Tinha ali um mix de sentimentos. De inveja de talvez não ver nunca mais meu time na série A, de raiva por terem vendido o meu time, e de felicidade de ver um estádio e uma festa da torcida tão daora!
Vida que segue.