sexta-feira, 14 de maio de 2021

A utopia, o horizonte e o socialismo

“A utopia está lá no horizonte. Me aproximo dois passos, ela se afasta dois passos. Caminho dez passos, e o horizonte corre dez passos. Por mais que eu caminhe, jamais alcançarei. Para que serve a utopia? Serve para isso: para que eu não deixe de caminhar.”
Esse texto que equivocadamente é atribuído à Eduardo Galeano, como o próprio afirmou diversas vezes, é de autoria de Fernando Birri.
Muitas pessoas se utilizam desse texto para fazer alusão ao socialismo, como se ele fosse uma utopia. Acham bonito a idealização do socialismo - acreditando que ele é utópico por si só mas que nos possibilita sonhar. Que me desculpem os sonhadores, mas cometem um grande erro.
O socialismo é uma possibilidade histórica, uma possibilidade que se abre com as contradições da sociedade capitalista. E mais do que uma possibilidade histórica, o socialismo é uma necessidade concreta, a necessidade da classe trabalhadora em se emancipar de seus algozes, da exploração e da miséria que nos assola.
Quando milhões de pessoas morrem por um vírus ao mesmo tempo em que temos indústrias pra dobrar, triplicar ou quadruplicar o número de vacinas, mas o direito a propriedade privada não permite a quebra das patentes, o socialismo deixa de ser utopia para se tornar uma necessidade.
No capitalismo vacinamos muito mais bois do que pessoas. No capitalismo o lucro está acima da vida!
Que me desculpem Fernando Birri, Galeano e todos os que gostam dessa história de horizonte, passinho pra trás e passinho pra frente, mas assim como acreditava Rosa Luxemburgo, é socialismo ou barbárie.

A culpa é da professora Marocas



Muito bacana a narrativa que culpa quem votou em Bolsonaro pelas mais de 428 mil mortes no Brasil.

Para essas pessoas a professora Marocas que votou 17 por um ódio cego ao PT mas que agora está arrependida tem mais culpa do que a mídia burguesa, os meios de comunicação em massa que deixaram o miliciano crescer e que disseram que a eleição era "uma escolha muito difícil".

Para essas pessoas a arrependida professora Marocas tem mais culpa do que a burguesia que fez uma campanha massiva pelo Bolsonaro, inclusive financiando sua campanha e o gabinete do ódio, como é o caso da indústria armamentista.

Para essas pessoas a professora Marocas deve ser achincalhada pois ela é culpada, não uma esquerda pilantra que falou por mais de uma década que os trabalhadores eram a "nova classe média", despolitizando desenfreadamente a classe trabalhadora.

É mais cômodo culpar a professora Marocas dizendo que ela não sabe votar, pois facilita o caminho de alianças com os verdadeiros culpados.