sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

Professor não é herói

Sinto lhes dizer, professor não é herói. Trabalhar sem condições mínimas e com baixos salários não é exclusivo dos professores. Porque não consideramos heróis também os trabalhadores da construção civil que constroem essas mesmas escolas? Sem eles não existiriam casas, nem prédios. Porque não chamamos de heróis os metalúrgicos que fazem tudo que possamos imaginar, desde caminhões à fogões? Sem eles seríamos os Flinstones, com seus carros movido à calcanhar, ou cozinharíamos até hoje com lenha. Porque não chamamos de heróis as faxineiras, garis, que deixam os lugares que frequentamos dignos de serem habitados? E os trabalhadores da saúde, e da cozinha...? Parem de glorificar uma profissão, como se essa fosse mais importante que as outras.
E digo mais, a educação escolar não vai mudar o mundo. Pode parecer duro pra você que acredita nesse ente superior, nesse deus, que é a educação, mas quanto antes você se der conta disso melhor pra nós. Quanto antes você começar a se ver como um trabalhador - explorado que é, que bate-cartão ao iniciar o trabalho como todos os outros- melhor pra nós. Quanto antes começar a se organizar se colocando contra quem te precariza e explora, melhor pra nós. Pior para os patrões e seus governos.
Professor não é herói, professor é assalariado, explorado e fodido, como outros tantos

Imagine só...

Imagine só, se no quilombo de Palmares, os pretos resistentes pensassem em se unir aos senhores de escravos, darem as mãos, contra o mal maior que era a corrupção da coroa?
Imagine só os escravos revolucionários no Haiti deixando de enxotar os franceses pois "somos todos seres humanos"?
Imagine os bolcheviques se aliando, em pleno fervor revolucionário russo, à Kerenski, em nome da governabilidade e da coalizão?
E se os guerrilheiros de Sierra Maestra ignorassem os camponeses cubanos, julgando ser isso um ato de sectarismo e extremismo?
É, pois é...