quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Algumas considerações sobre os Black Blocks.

   Black Block não é um conjunto de pessoas que compartilham uma mesma opinião política, uma mesma idéia, não é um coletivo que se forma pela maneira de ver as coisas. Black Block é uma tática, onde supostamente essas pessoas fazem a segurança das pessoas que compõem uma manifestação, respondendo à possíveis ataques do braço armado do Estado, a polícia. Podemos tecer uma crítica sobre o método dessa tática, que é responder à violência com a mesma moeda, é questionável o ato de retrucar violência com violência, mas não é questionável seu posicionamento político, uma vez que esse não forma uma unidade.

   Não podemos generalizar sobre as pessoas que utilizam essa tática. Ao mesmo tempo que há Black Blocks nas manifestações por uma demanda popular, também os encontramos em manifestações elitizadas, como foi a manifestação contra o aumento do IPTU em bairros nobres, em São Paulo. Também não podemos dizer que as pessoas que utilizam dessa tática são da periferia, que são universitários, etc. Não é possível realizar tal afirmação porque não se tem comprovação disso. Eu acredito que façam uso dessa tática pessoas da periferia quem nunca leram Bakunin, universitários que nunca leram Bakunin, trabalhadores que nunca leram Bakunin, assim como acredito que existem tipos de pessoas embasadas na teoria anarquista que optam por utilizar ou não a tática. Tenho certeza apenas de uma coisa: não se tem certeza de nada em relação à isso. Chega a ser cansativo os comentaristas de plantão na televisão tentando descreve-los.
 
   Eu não queria entrar em juízo de valor quanto à essa tática, concordar ou discordar, mas confesso que não consigo repudiá-la plenamente. Acredito que em alguns momentos a violência é sim necessária tendo em vista que mudanças sociais não são feitas com pacifismo (a única exceção que temos é Ghandi, e que pra ser sincero, conhecemos muito pouco daquele contexto político-economico). Se pacifismo tivesse a capacidade de alterar status quo, 'free hugs' poderia ser um movimento revolucionário ou ser opção de método de luta, o que não é.

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