quarta-feira, 15 de novembro de 2017

Propagandas desconstruidonas

Ontem vendo televisão assisti em menos de 5 minutos, duas propagandas diferentes.
A primeira era de um carro, onde se questionava o direito a cidade. A segunda, da Skol, questionando comentários preconceituosos.
Qualquer um que tenha uma pequena noção do poder que a industria automobilística tem, sabe que ela não se importa nem um pouco com o direito a cidade. Querem saber é de dinheiro no bolso, lucro, e direito apenas pra quem pode pagar por ele.
A propaganda da Skol a mesma coisa. Dizem na propaganda que os comentários preconceituosos são quadrados, ao contrário dos comentários respeitosos que por sua vez são redondos como a cerveja. A mesma indústria do álcool que impediu que estivessem estampados em seus produtos alertas contra a saúde, como são feitos nos cigarros.
Poderia citar aqui propagandas desconstruidonas de cosméticos, como a da boticário com um casal homoafetivo, ou descoladas como as da Coca. Mas me impressionou o fato da propaganda do carro e da Skol serem 2 de 3 propagandas seguidas.
Uns podem acreditar que o mundo está mesmo mudando e que estamos rompendo com as opressões, que essas empresas são maravilindas e que devemos consumir delas pra incentivar tais campanhas.
Eu prefiro ser menos ingênuo e acreditar que elas só estão cooptando o linguajar lacrador que os movimentos identitários tem promovido. O "emponderamento" pode ser bem lucrativo.

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