quarta-feira, 18 de julho de 2018

Memórias de uma bola de futebol

     Uma vez, quando eu era criança, a escola pediu que a gente optasse por um livro de nossa escolha pra fazer um trabalho qualquer. Meus hábitos de leitura eram gibis da Turma da Mônica e o caderno de esportes do Estadão - sempre procurando notícias da Portuguesa. Minha mãe me aconselhou a comprar um livro que fosse algo do meu interesse e então comprou pra mim um livro chamado "Memórias de uma bola de futebol". Eu me lembro de abrir o livro uma única vez e de não ler absolutamente nada. Não faço ideia do que fiz com o bendito trabalho e sei lá que fim levou o livro.

     Aproximadamente 17 anos depois, nessa última sexta, eu estava fuçando livros na casa dos meus pais e reencontrei o dito cujo. Um livreco de 70 páginas que eu não fazia ideia do que se tratava, mas pelo título imaginei que era uma bola de futebol falando baboseiras. A curiosidade mata e então peguei-o para ler.

     Coincidência ou não com as minhas concepções políticas, o livro relaciona o futebol com a luta de classes, racismo e machismo de uma maneira descontraída. Ainda que eu tivesse lido o livro naquele tempo não entenderia absolutamente nada. Pesquisando sobre o autor, descobri que ele morreu a alguns anos atrás e que ele foi torturado durante a ditadura, deixando sequelas psicológicas consideráveis.

     Aquele garoto de 9 anos mal sabia que viraria um professor de Educação Física comunista. Êta, mundo louco...


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